terça-feira, 6 de abril de 2010

O bicho pega!

As mídias sociais são, inegavelmente, geniais plataformas de disseminação de ideias. Porém, estas infinitas fontes de conteúdo, que são alimentadas a cada milésimo de segundo por milhões de usuários, podem ser perigosas. Principalmente para empresas.

Segundo matéria do jornal Valor Econômico, publicada no site Mídias Sociais, http://www.midiassociais.net/ no dia 31 de março, empregados estão sendo demitidos por justa causa por uso indevido de blogs e redes sociais.

Dentre os inúmeros exemplos explorados pelo jornal, “um empregado de uma empresa do setor financeiro criou um blog. E, desavisado, colocou informações sobre o balanço da companhia que, recentemente, havia aberto seu capital. O problema é que os dados eram diferentes dos enviados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A empresa recebeu uma advertência formal do órgão fiscalizador e demitiu por justa causa o profissional. Cada vez mais as empresas têm enfrentado problemas devido ao mau uso da internet por seus funcionários. Muitos casos envolvem o MSN e redes sociais – Facebook, Twitter, Orkut e You Tube – e acabam gerando ações na Justiça”.

Outro caso, que comprova o uso indiscriminado e irresponsável das plataformas virtuais, foi visto na atitude de um funcionário que “descreveu em sua página no Orkut que estava furtando notas fiscais da empresa onde trabalhava, vangloriando-se do feito. Em ação trabalhista, ele não só pediu reintegração ao emprego, como indenização por danos morais”. Ao contrário do que previa, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª Região, com relatoria da desembargadora Edna Pedroso Romanini, rejeitou ambos os pedidos do empregado gaiato. Ainda bem.

“Nos processos, as companhias buscam indenizações de seus ex-funcionários ou de concorrentes que a teriam prejudicado por meio da internet. O crescente volume de casos têm movimentado os escritórios especializados em direito digital. ‘Estamos indicando às empresas, principalmente aquelas com capital aberto, que atualizem seus códigos de ética em relação aos ambientes digitais’, diz a advogada Patricia Peck, do escritório Patricia Peck Pinheiro Advogados, que ressalta o risco que muitas companhias de capital aberto estão correndo com a manutenção de páginas no Twitter para comunicação entre investidores e diretores.”
Pois é, este parece ser um dos muitos efeitos colaterais que a sociedade terá que estar disposta a lidar com a participação, cada vez mais efetiva, da própria população nas mídias sociais. Mudanças e inovações devem estar relacionadas, diretamente, com adaptações e novas maneiras de se combater as conseqüências de quem não entendeu, ou ‘se jogou’, até demais, nestas plataformas itinerantes de conteúdo. Achar que não vai dar em nada determinada atitude no espaço virtual –  só por se tratarem de meios virtuais, imateriais – é pensamento de pessoas despreparadas ou ignorantes. Fiscalizar atos virtuais que possam prejudicar algo ou alguém, já estão sendo realizados e podem dar muito prejuízo...